Primeira edição é neste domingo, 19, e o lema é “Não amemos com palavras, mas com obras”: confira algumas das obras do Papa!

Graças a mais uma importante iniciativa instituída pelo Papa Francisco a fim de combater a pobreza e ajudar as pessoas carentes a conquistarem dignas condições de vida, será celebrado neste domingo, 19 de novembro, o primeiro Dia Mundial dos Pobres.

Para esta ocasião, o Vaticano estabeleceu parcerias com restaurantes de Roma para que cada um receba dez pessoas carentes e lhes sirva gratuitamente qualquer prato do seu cardápio, à escolha dos próprios convidados. É uma forma de ir envolvendo os restaurantes numa ação que as igrejas católicas de Roma já realizam há tempo, oferecendo refeições a pessoas que não têm recursos para pagá-las.

Por sua vez, o Papa Francisco receberá pessoalmente 1.500 pessoas carentes para um almoço comunitário, iniciativa que ele já realizou em várias outras ocasiões.

Além das refeições, o Vaticano oferece habitualmente aos pobres de Roma diversas instalações de qualidade voltadas a suavizar a sua situação de carência, como alojamentos, banheiros, duchas e até barbearia e lavanderia, além, é claro, das pastorais focadas em formação humana e capacitação profissional, visando torná-los cada vez mais independentes da ajuda material de terceiros.

Reproduzimos abaixo um texto de dom Fernando Arêas Rifan, bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, a propósito do primeiro Dia Mundial dos Pobres.

No próximo domingo, dia 19, por instituição do Papa Francisco, se celebrará o primeiro Dia Mundial dos Pobres, com o lema “Não amemos com palavras, mas com obras”, extraído, da frase da 1ª Carta de São João: “Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade” (1 Jo 3, 18). E o Papa Francisco explica: “Estas palavras do apóstolo João exprimem um imperativo de que nenhum cristão pode prescindir. A importância do mandamento de Jesus, transmitido pelo ‘discípulo amado’ até aos nossos dias, aparece ainda mais acentuada ao contrapor as palavras vazias, que frequentemente se encontram na nossa boca, às obras concretas, as únicas capazes de medir verdadeiramente o que valemos”.

“Possuímos um grande testemunho já nas primeiras páginas dos Atos dos Apóstolos, quando Pedro pede para se escolher sete homens ‘cheios do Espírito e de sabedoria’ (6, 3), que assumam o serviço de assistência aos pobres. Este é, sem dúvida, um dos primeiros sinais com que a comunidade cristã se apresentou no palco do mundo: o serviço aos mais pobres. Tudo isto foi possível, por ela ter compreendido que a vida dos discípulos de Jesus se devia exprimir numa fraternidade e numa solidariedade tais, que correspondesse ao ensinamento principal do Mestre que tinha proclamado os pobres bem-aventurados e herdeiros do Reino dos céus”.

“… ‘De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: ‘Ide em paz, tratai de vos aquecer e matar a fome’, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta’ (Tg 2,14-17)”.

“Nestes dois mil anos, quantas páginas de história foram escritas por cristãos que, com toda a simplicidade e humildade, serviram os seus irmãos mais pobres, animados por uma generosa fantasia da caridade!… Se realmente queremos encontrar Cristo, é preciso que toquemos o seu corpo no corpo chagado dos pobres, como resposta à comunhão sacramental recebida na Eucaristia”.

“Não esqueçamos que, para os discípulos de Cristo, a pobreza é, antes de mais, uma vocação a seguir Jesus pobre. Pobreza significa um coração humilde, que sabe acolher a sua condição de criatura limitada e pecadora, vencendo a tentação de omnipotência que cria em nós a ilusão de ser imortal…”.

“Convido a Igreja inteira e os homens e mulheres de boa vontade a fixar o olhar, neste dia, em todos aqueles que estendem as suas mãos invocando ajuda e pedindo a nossa solidariedade. São nossos irmãos e irmãs, criados e amados pelo único Pai celeste. O convite é dirigido a todos, independentemente da sua pertença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade”.

“Senhor, dai pão a quem tem fome/ e fome de justiça a quem tem pão!

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Dom Fernando Arêas Rifan,
bispo administrador apostólico da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

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Via Aleteia